IV Passeio Natal 23-12-2012

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Uma competição em que o essencial é não nos perdermos, podemos competir em ritmo de passeio, envolve balizas, e usa-se bússola e um “chip” no dedo. Parece uma esquisitice só para alguns, mas não faltam concorrentes nas provas de Oribtt, uma modalidade que tem tudo para agradar, do contacto com a natureza à liberdade de escolher os trilhos por onde passar. Junte-se o bom ambiente das provas e o resultado é uma forma de btt muito recomendável.
 




Os estrategas do pedal

São muitos os argumentos do Ori-btt. As provas são em locais belíssimos, por serras e vales. Não há que dar tudo por tudo fisicamente (bem, quem não quiser…), um percurso cumprindo correctamente dá melhor classificação que a de “lebres” que a velocidade levou por maus caminhos. Reis da montanha ou campeões das descidas a fundo, todos se satisfazem, pode-se optar por declives suaves ou cortar caminho por subidas íngremes. Os estrategas podem brilhar planeando bem o percurso mais adequado ao terreno e às suas capacidades físicas.
No Ori-btt cabe toda a gente, como na Orientação pedestre. A solo, a par, em equipa, num percurso para iniciados ou para veteranos, ou num dos vários pelo meio. No mesmo evento pode-se fazer uma prova de menos de 10 Km, ou de mais de 20, ultrapassar um declive de 100 metros ou mais de 500, depende do escalão.
Não há circuito, o caminho é sempre novo. O ritmo e a competitividade são os de cada um, concorrentes do mesmo escalão raramente se encontram. Nas provas reina a descontracção, o ambiente é muito bom, e as organizações primam pela qualidade dos eventos. A diversidade de participantes é equivalente à dos passeios, o que se vê menos noutras modalidades e faz muito pela popularidade do Ori-btt.
Um evento dura em geral dois dias, mas cada manga diária tem uma classificação independente, pelo que os mais atarefados podem participar apenas num. E há provas locais de uma manhã ou tarde.
Como se faz

As regras são, no essencial, as mesmas da Orientação pedestre. A organização fornece um mapa de escala entre 1:15000 e 1:20000, consoante a extensão da prova. O mapa, fornecido apenas no momento da partida, tem pontos numerados que devem ser percorridos nessa ordem. No terreno, “balizas”, pequenos marcos, assinalam os pontos, e nelas devemos registar a nossa passagem com o Sport Ident Card (SI Card), um pequeno “chip” que se prende a um dedo, e que introduzimos numa ranhura acoplada à baliza. Em algumas provas usa-se ainda o velho sistema de cartão perfurado, também funciona.
Falhar um ponto ou trocar a ordem é causa de desclassificação. Se há engano, só resta voltar à baliza em causa e voltar a fazer o percurso daí em diante, mas o cronómetro não pára. As balizas estão colocadas de forma visível mas normalmente só as vemos já relativamente perto, são pequenas, com 30X30 cm. Mas estão sempre onde o mapa indica. Analisar o mapa e definir o caminho é a parte mais importante na Orientação, o tempo parado nessa actividade multiplica-se em tempo poupado, pois um erro pode gerar dezenas de minutos de atraso, dependendo de quando nos apercebemos dele, em geral quando chegamos a uma baliza que não é a que se procurava. As balizas estão identificadas, mas por vezes só reparamos nisso depois de “picar o ponto”… na baliza errada, até porque há mais balizas no terreno que apenas as do nosso percurso, definido pelo escalão. Os erros acontecem, mesmo entre os atletas de topo. O tempo final estabelece a classificação.
Seguir alguém para poupar tempo na escolha do percurso não é proibido mas é má política, pode estar à procura de outra baliza. As partidas desfasadas alternam e misturam no terreno atletas de todos os escalões, com percursos de dureza e extensão diferente e balizas que não são as mesmas, só algumas. Se à nossa frente virarem à esquerda ou direita não significa que devamos fazê-lo, há que olhar apenas ao nosso percurso.
O percurso entre cada ponto é uma escolha de cada concorrente ou equipa, mas só se pode pedalar nos caminhos assinalados no mapa, fora deles há que desmontar e carregar a bicla. Por vezes parece a melhor opção, mas raramente é. Os mapas são bastante pormenorizados, todos os trilhos estão lá, e a simbologia indica a sua largura e qualidade.
É obrigatório dar passagem aos mais rápidos nas zonas estreitas. Em caso de furo ou problema mecânico, o concorrente pode reparar a avaria mas não pode ser ajudado. Proibições óbvias, o reconhecimento do terreno, e aparelhos de navegação que não uma bússola.

Bike, capacete e mapa

É o mínimo obrigatório, e chega para começar. Qualquer tipo de btt é admitido, mas uma XC rígida atrás é o mais adequado, pelo baixo peso. O mapa, fornecido pela organização, é plastificado, para proteger do clima, das quedas, e do uso, que é algum, sendo consultado a cada baliza, no mínimo… Tirar e guardar o mapa é incómodo e obriga a parar. Um porta-mapas, preso ao guiador, resolve e deixa o mapa sempre aberto à nossa frente. O suporte é giratório, para orientar o mapa. Alguns concorrentes fabricam o seu próprio porta-mapas, outros compram, outros limitam-se a prender o mapa ao guiador com grampos ou elásticos.
Poucos não usam bússola. Ajuda a orientar o mapa em função da nossa posição, facilitando a leitura e a identificação dos trilhos. Há bússolas próprias para fixar ao porta-mapas, e alguns já as incluem.
E este é o equipamento com que se pode ter a certeza de não ser por falta dele que não se sobe mais na classificação. O SI Card, como o mapa, é fornecido pela organização. Tudo o resto (mochila, sapatos, luvas, ferramentas…) é o mesmo do XC, maratonas, ou simples passeios.
As provas que algumas lojas e os clubes locais organizam são uma boa opção. Uma pesquisa de “ori-btt” na Net devolve uma série de provas e muita informação. As provas oficiais da Federação Portuguesa de Orientação são tão abertas como qualquer outra, e percorrem o país de norte a sul. No site www.fpo.pt está o calendário, e a partir daí é ir ao site da organização da prova e fazer a inscrição.

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